Na maioria das empresas, quem cuida da estratégia é quase sempre quem está no topo da hierarquia. É papel do CEO e da liderança mais sênior determinar, geralmente nos mínimos detalhes, as escolhas que a organização vai fazer e como serão executadas.
O resultado desse cuidadoso trabalho de planejamento costuma incluir extensos documentos que especificam a direção, os projetos-chave e iniciativas de mudança. A estratégia é comunicada (ou passada adiante) para os cargos logo abaixo, as responsabilidades são delegadas para várias unidades e iniciam-se os esforços para mudar.
Na verdade, esse processo acaba seguindo um paradigma subliminar de gestão que é baseado em tentativas de previsão e controle. Ele assume que um grupo de pessoas no “topo da pirâmide” é capaz de entender, prever e controlar onde o negócio está indo e fazer as apostas certas.
SÓ QUE VIVEMOS EM UM TEMPO EM QUE A ÚNICA CONSTANTE É A MUDANÇA E QUE A COMPLEXIDADE ESTÁ EM ALTA. O CONTROLE NÃO PASSA DE UMA ILUSÃO.
Nenhuma pessoa ou grupo de executivos tem todas as respostas necessárias para realmente prever onde uma empresa vai.
As coisas normalmente começam a ruir quando a estratégia chega a um nível onde a execução precisa acontecer. Até as linhas de frente receberem a mensagem, ela já foi filtrada, esterelizada e adaptada por várias camadas de gestores. Falta a ela qualquer significado ou propósito – ela acaba se traduzindo em algumas tarefas que raramente se encaixam no quebra-cabeças maior que, lá no início, a liderança tentou montar. A maioria dos colaboradores vai fritar o cérebro antes de entender o que significa realizar essas tarefas. E, não entendendo, vão logo recorrer ao que já funcionou no passado.
O paradigma de “prever e controlar” nos faz buscar as respostas perfeitas enquanto adivinhando o futuro. Isso pode ter tido seu valor em um mundo complicado, mas é totalmente irrelevante em um mundo complexo.
É hora das organizações começarem a pensar estratégia de baixo para cima? Estratégia pode ser abordada em um formato crowdsourcing, engajando quem pode não ter cargos sênior, mas trabalham com complexidade todo dia? Como podemos aproveitar melhor a inteligência coletiva de uma empresa?
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Artigo originalmente publicado no blog de Reuven Gorsht.
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