Recebi uma crítica e um desafio. A crítica foi que passei o ano todo reclamando da geração digital e seus defeitos que me incomodam. O desafio foi escrever algo bom sobre ela. Então, cumprindo minha promessa, aí está.
Parte 2 – O lado bom
Como funcionários e gestores, estão abordando o trabalho de forma colaborativa, derrubando a hierarquia rígida e obrigando as empresas a repensar seus métodos de recrutamento, remuneração, desenvolvimento e gestão de talentos. Acredito que a própria ideia de gestão está mudando (ler “O fim da liderança: como a liderança mudou e de forma podemos resgatar sua importância, de Barbara Kellerman, ed. Campus).
Como consumidores, querem ser “prosumers”, coinovando produtos e serviços com seus fabricantes. O conceito de marca está mudando para sempre por causa deles.
Na educação, estão forçando uma mudança no modelo de pedagogia, que passa por uma abordagem focada no professor para um modelo focado no estudante e baseado na colaboração. Por ter crescido em um mundo muito dinâmico, aprende muito mais rápido do que as gerações anteriores (quando conseguem prestar atenção).
No âmbito da família, já mudaram o relacionamento entre pais e filhos, pois são especialistas em algo realmente importante: a internet. Têm a comunicação mais rápida, mais livre, a informação e os processos fluem de maneira mais rápida.
Têm opiniões mais livres, são menos preconceituosos, cabeças mais abertas, aceitam melhor as diferenças, não têm preconceito contra gays, tatuados, comunas, cabeludos e outras minorias.
Também se atualizam muito mais do que os mais velhos, sabem que o mundo não vai parar e atualizar-se é um movimento tão avassalador que não há como evitar. Todos se atualizam, migram pra outras novas redes sociais, buscam um jeito diferente de fazer as coisas.
Têm mais calor humano, são menos inibidos, se abraçam mais, fazem amizades mais facilmente, confiam rápido nas pessoas, são mais abertos para falar das suas dificuldades uns com os outros.
Como cidadãos, estão começando a transformar a concepção e a prestação dos serviços governamentais, bem como a maneira como entendemos e decidimos quais deveriam ser os princípios básicos da cidadania e da democracia. Esta geração está dando vida à ação política à medida que provoca um mar de mudanças sociais que vão desde atividades cívicas até o engajamento político.
Jerônimo Lima
Doutor em Administração de Empresas. Coach internacional certificado pela ICF –International CoachingFederation.
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